quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Van Gogh a conduzir um Land Rover



No dia 30 de março de 1853, nasce em  Zundert (Holanda), um daqueles que viria a ser reconhecido como um dos artistas mais importantes de sempre.
Filho de Theodorus e de Cornélia, Vincent nasceu precisamente um ano depois do seu irmão Vincent. Porém este irmão mais velho não sobreviveu ao parto, talvez daí terem atribuído o mesmo nome.  Ao crescer com o estigma de ter o mesmo nome que o falecido irmão e de se deparar com o seu nome na lápide, sempre que a família visitava o cemitério. Começa a desenvolver-se na personalidade de Vincent Van Gogh, um comportamento que o diferenciava.  
Cornélia também tinha uma veia artística, o que acabou por influenciar o filho. Entretanto, em Haia, um tio de Van Gogh era visto como um próspero negociante de arte e sócio da Galeria Goupil, com sede em Paris. Aos 16 anos, Vincent começa a trabalhar no escritório desta galeria em Haia. No ano de 1873, foi transferido para o escritório de Londres, o que acabou por resultar em desastre, pois apaixonou-se pela filha do senhorio.
A paixão teve um impacto significativo de tal ordem no seu comportamento, que influenciou o rendimento no trabalho. Ao ser demitido, Van Gogh desloca-se pela primeira vez a Paris. Ainda a recuperar do desgosto de Londres, Van Gogh passa a maior parte do tempo recolhido em casa.
Em 1876, volta novamente para Inglaterra, desta vez como assistente numa escola. Meses mais tarde, é lhe confiada a função de cobrar as taxas escolares em atraso nas zonas mais pobres de Londres.  Ao desempenhar esta função, Vincent vê a realidade e as dificuldades existentes numa sociedade.  Após este choque emocional, demitiu-se da função.
Tudo isto afeta piedosamente a alma de Vincent, a religião torna-se o ponto de fuga e aos 25 anos de vida, Van Gogh muda-se para o sul da Bélgica desta vez como missionário evangélico.
Porém, a miséria encontrada na região sul da Bélgica era ainda maior, que aquela presenciada anteriormente na cidade de Londres. A entrega à função de missionário foi de tal ordem exagerada que era habitual Van Gogh passar fome, uma fome a caminho de uma grave crise existencial.
A arte  ajudou Van Gogh a emergir novamente, talvez tenha sido a partir deste momento que, o génio inerente a Van Gogh tenha começado a dar os seus frutos, um génio proveniente de genuinidade, capaz de se abstrair dos cânones artísticos  e trazer ao mundo a sua própria  visão do mundo. Um mundo onde é impossível viver à frente do seu tempo, por diversas razões como a física ou a nossa capacidade cerebral, ou só simplesmente pela natureza das coisas, porém o que torna ou tornou algumas pessoas diferentes foi e é, a sua capacidade de ser genuíno naquilo que fazem ou são. Apesar de eu não saber quase nada sobre Vincent Van Gogh gosto de pensar que, se existiu alguém com essa capacidade, Van Gogh foi sem dúvida uma dessas pessoas.